E-Aware – 2016
A agricultura tem sido uma das mais importantes atividades da história da humanidade, tão importante pois dela obtemos recursos indispensáveis para nossa sobrevivência, tais como, os alimentos, fibras, componentes medicinais e energia.
Após a revolução industrial muitos países têm enfatizado o papel da indústria agrícola e relacionado a tecnologia como elemento essencial para a produção agrícola. Por exemplo, equipamentos pesados, como tratores e colheitadeiras permitem aumentar significativamente a eficiência do processo além de poupar recursos humanos.
Não somente em outras áreas da indústria, a agricultura também tem passado por um processo de aceleração no desenvolvimento de tecnologias. Um dos desafios é aumentar a eficiência do processo, produzir mais com menos. A população tem aumentado em nível mundial e os recursos têm ficado cada vez mais escassos. O sistema de produção, produtores e gestores de fazendas, já não podem suportar perdas dos recursos, tempo e resultados.
As fazendas inteligentes, embarcadas com sistemas de IoT (Internet das Coisas), também podem ser chamadas de fazendas conectadas, que podem suportar um grande quantidade de dispositivos os quais participam de processos chaves. Ainda, as fazendas conectadas podem fornecer serviços agrícolas mais inteligentes, baseados no compartilhamento de conhecimento. Por exemplo, a prevenção de doenças infecciosas pode ser outro benefício das fazendas conectadas, pela detecção prematura de um determinado vírus em uma fazenda específica de suínos, e assim pro-ativamente isolando-a das outras.
A chave esta na informação, que deve ser ampla, rápida e acessível entre os diferentes atores do processo, incluindo outros processos dentro e fora do sistema. Neste ponto, podemos definir como a Internet das Coisas deve ser a próxima evolução da internet, incorporando bilhões de dispositivos conectados na rede, como sensores, câmeras, wearables (sensores em roupas), telefones inteligentes e outros novos equipamentos, tendo a capacidade de comunicação e consulta com e entre outros sistemas sem a interferência humana.
Os dispositivos de IoT devem produzir grandes quantidades de dados com um volume sem precedentes, velocidade e heterogeneidade, e ainda fornecer funcionalidades que devem ser aproveitadas para a criação de novos serviços e produtos que devem beneficiar empresas, processos e a sociedade.
As chamadas redes de sensores sem fio (RSSF), são um elemento fundamental nestes avanços do acesso as informações e quebras de paradigma de trabalho. Com características únicas, apresentam elasticidade e são escaláveis, permitindo uma granularidade de pontos tão grande quanto a necessária para um determinado processo, podendo alcançar áreas de difícil acesso. Além do sensoriamento, cada unidade pode apresentar alta capacidade de processamento, facilitando ainda mais a transferência dos dados para bases analíticas na nuvem. A agregação de dados em tempo real dos dados das redes de sensores sem fio, permitem que usuários rapidamente explorem suas informações e processem ações necessárias.
Na agricultura, as redes de sensores sem fio têm alcançados diversas aplicações, desde o controle de irrigação, associado com dados de condições do solo, clima local (vento, temperatura, umidade, etc.), até aplicações relacionadas ao uso de insumos nas plantações, com monitoração precisa dos estágios de crescimento de uma cultura agrícola específica. A coleta de novas informações, seu histórico e o processo analítico tem possibilitado um novo aprendizado sobre como manejar o processo.
São muitos os desafios neste cenário e apenas, como escrito por Darwin, os que se adaptarem sobreviverão, os outros serão extintos. A tecnologia já está disponível, os pioneiros, inovadores, já começam a obter novos resultados. O uso de novas tecnologias pode requerer aprendizado e quebra de paradigmas, o trabalho agora é diferente o foco está no conhecimento e ação orientada. Passos importantes já estão sendo tomados e esperamos um futuro usando a tecnologia ao máximo a favor da sociedade e ambiente.
